A Fotografia Esportiva: o Borrão, o Instantâneo e a Imagem em Movimento
Com certeza, quando você viaja, tira muitas fotos. Mas, você conhece a história desta arte que ilustra as nossas vidas, a fotografia?
A história da fotografia (fotografia é, basicamente, a técnica de criação de imagens por meio de exposição da luz) vem desde 1558, com Leonardo da Vinci, que já usava o conceito de câmera escura, uma espécie de máquina fotográfica do Renascimento. Entretanto, foi só em 1826 que a primeira imagem fotográfica foi tirada, por Joseph Nicéphore Niépce, quando ele precisou de incríveis oito horas de exposição ao sol.
Ao longo do tempo, a tecnologia da fotografia foi aprimorada, e logo passou a fazer parte de um universo que muito está presente em nosso cotidiano: o esportivo.
O encontro entre essas duas práticas ocorreu nas últimas décadas do século XIX. A fotografia, quando junta do esporte, forma imagens de extrema beleza e percepção. Com isso, os fotógrafos experimentais, ansiosos por captar o movimento, transformaram o esporte no foco ideal de suas máquinas.
Hoje em dia, com o vasto poder da mídia, o lance do gol, do recorde sendo quebrado, do vitorioso cruzando a reta de chegada, do nadador tocando a borda, precisa estar estampado nas páginas do jornal, na revista ou internet. Com precisão e, sem dúvida, rigor artístico.
E, como base para uma boa fotografia esportiva, surgiram diversas técnicas fotográficas, entre elas o borrão e o instantâneo.
A ideia de instantâneo começou com a busca constante pela nitidez, pela qualidade. E, depois de algum tempo, foi possível sua retratação, que acontece quando a velocidade da figura tender a zero, quando a imagem parecer não se movimentar.
Já o borrão é um objeto em movimento retratado com pouca nitidez. Pode-se dizer que é o corte positivo do momento, já que contrai em um corte de longa duração, a variação contínua do momento, com a noção de continuidade, velocidade e movimento. É, basicamente, o instantâneo em transição.
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Exemplo de imagem retratando o instantâneo. Repare que a velocidade da ação tende a zero (Rodrigo Verri) |
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Exemplo de imagem retratando o borrão. A pouca nitidez da foto passa a ideia de movimento e transição (Ernst Haas) |
O Cinema
Foi a partir dos vastos estudos desses conceitos e teorias que surgiu algo de extrema relevância no nosso cotidiano: o cinema. O cinema nada mais é do que fotografia + velocidade (tão alta que imperceptível aos olhos humanos). Um filme é, em sua essência, uma série de fotografias instantâneas retratadas em altas taxas de frames (números de quadros, imagens seguidas, que tal dispositivo registra, processa ou exibe por segundo).
O cinema é possível graças aos irmãos Lumiére, que revolucionaram a noção fotografia. Em 28 de dezembro de 1895, no subterrâneo do Grand Café, em Paris, eles realizaram a primeira exibição pública e paga de cinema: uma série de dez rolos de filmes, com duração de apenas 40 a 50 segundos cada. Depois disso, a técnica se espalhou pelo mundo, conquistando a grande maioria da sociedade.